quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Ministério da Saúde confirma primeiro caso de coronavírus no Brasil

Homem de 61 anos, que mora em São Paulo, fez viagem para a Itália entre 9 e 21 de fevereiro. Dois testes deram positivo para infecção. Família está em observação.Imagem de microscópico mostra o novo coronavírus, responsável pela doença chamada Covid-19 — Foto: NIAID-RML/AP

O Ministério da Saúde afirmou nesta quarta-feira (26) que está comprovado o caso positivo de coronavírus no Brasil. Trata-se de um homem que mora em São Paulo, tem 61 anos, e veio da Itália. Esse é o primeiro caso da doença no país e em toda a América Latina.
Além dele, há outros 20 casos em investigação e 59 suspeitas já foram descartadas.

Confira as principais informações:

  • Brasil confirmou o primeiro caso de coronavírus no país
  • Trata-se de um homem que mora em São Paulo, tem 61 anos, e veio da Itália
  • Ele está em quarentena domiciliar
  • 30 pessoas da família estão sob observação
  • Além destes casos, há 20 pacientes em investigação em todo o país
  • Outros 59 casos foram descartados
  • 16 passageiros que estiveram no mesmo voo devem ser postos em observação – alguns podem ter pego conexão e ido para outros destinos
De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o paciente com Covid-19 chegou ao país vindo da Itália. Ele estava assintomático e, depois de alguns dias, procurou um serviço de saúde com sintomas respiratórios. Antes, ele havia participado de uma reunião familiar, o que levou o Ministério da Saúde a colocar 30 pessoas que tiveram contato com ele em observação.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, afirmou que ele é hipertenso e que por ter mais de 60 anos está entre os pacientes que apresentam maior risco, mas no caso dele específico, os sintomas são leves e a doença não evoluiu para um quadro mais grave.
O hospital Albert Einstein registrou a suspeita, fez um teste, que deu positivo. O caso foi para o Instituto Adolfo Lutz para contraprova, que foi concluído em três horas, comprovando a infecção por coronavírus. A média de conclusão do exame é de três dias, segundo Mandetta.

Passageiros não ficarão em quarentena

De acordo com o ministro Luiz Henrique Mandetta, os passageiros que estavam no avião com o paciente detectado com Covid-19 não serão postos em quarentena.
Entretanto, alguns passageiros devem ficar em observação: a partir da poltrona onde o paciente viajava, serão monitorados os passageiros dos lados e das duas fileiras à frente e atrás.
"São as duas fileiras à frente. O indivíduo [infectado] está sentado nessa fileira. Então pega-se os laterais dele, a da frente e a outra. Essas pessoas - foi assim que foi feito nos protocolos de influenza - são contactadas pela Anvisa", explicou Mandetta.
"Quando a gente confirma o caso, imediatamente isso é comunicado a eles [Anvisa] para comunicar com esse padrão de comunicação: no avião em que você estava, na poltrona anterior à sua, ou duas atrás da sua, caso você tenha febre, tosse etc, deve comunicar ao profissional de saúde que você estava nesse avião, de onde veio, número do voo, poltrona, para que ele possa pensar na possibilidade do coronavírus mesmo que você não esteja vindo da área acometida."
"Mas não existe quarentena, porque não existe eficácia nesse tipo de situação", afirmou.
O passageiro veio no voo AF 454 da Air France, que deixou Paris em 20 de fevereiro e chegou ao aeroporto de Guarulhos em 21 de fevereiro. A companhia aérea informou ter sido notificada pela Anvisa.

Repatriados de Wuhan e caso confirmado em SP

O ministro da Saúde esclareceu as diferenças entre os casos dos repatriados de Wuhan, que ficaram em quarentena em uma base militar em Goiás após chegarem da China, e o caso confirmado de Covid-19 em São Paulo, que está em quarentena familiar.
Sobre os repatriados, Mandetta disse que eles vieram de uma região epidêmica e iriam para diversas partes do país, o que poderia espalhar o vírus caso estivessem infectados.
"É de bom senso que você traga [ao Brasil] e aguarde 14 dias [para checar os sintomas]", afirmou Mandetta. Ele relembrou que foram feitos testes antes do embarque e durante a quarentena – todos deram negativo para a doença.
Já o paciente de SP esteve em trânsito quando estava assintomático e já estava em casa quando apresentou os sintomas.
"Você levar este paciente para dentro de um ambiente hospitalar só aumenta as chances de outros pacientes, em estado debilitado, serem acometidos", afirmou.
"O isolamento domiciliar é o mais recomendado [para casos leves]. Temos que levar pessoas com quadro respiratório grave para o ambiente hospitalar, mas não pessoas que estão com resfriado, em bom estado geral, se alimentando, com febre baixa e que usam qualquer um desses antitérmicos [para aliviar os sintomas]", afirmou Mandetta.

Providências

Mandetta afirmou que não serão alterados procedimentos nos aeroportos ou bloqueios a países suspeitos, devido ao grande número de conexões nos voos. "Não existe nenhuma tecnologia que possa nos dizer que quem está dentro de um avião possa estar com o vírus ou não", disse.
"A regra continua sendo: se tem sintomas, não viaje. Viajou? Informe as autoridades quando chega. Passou 14 dias da chegada, se sentir sintomas, procure a rede de saúde da sua cidade."
"Essa é mais uma gripe que o mundo vai ter que atravessar. O mundo não tem fronteiras. Não tem como parar uma pessoa em um lugar. Como todo vírus, a medida de melhor controle é por etapas, é termos agilidade [no diagnóstico]", afirmou Mandetta. "O sistema [de saúde] brasileiro fez tudo com muita agilidade." O ministro reforçou que há pacientes assintomáticos que transmitem a doença, e não há eficácia na testagem de temperaturas, por exemplo.
Como é o diagnóstico de coronavírus pelo Ministério da Saúde. — Foto: Arte/G1

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