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Pouco tempo depois de, em 2008, a empresa começar a operar ali, os agricultores perceberam que a água escasseava e desconfiaram que ela estava sendo usada para limpar o minério. A certeza veio quando o primeiro caminhão pipa chegou: era a Anglo American assumindo sua responsabilidade na escassez de água e tentando diminuir o problema.
São cerca de 400 as famílias atingidas pelo projeto Minas Rio, o segundo maior projeto de mineração do país depois de Carajás, da Vale. E hoje os pequenos agricultores locais têm que comprar – e pagar caro – o arroz e o feijão que consomem. Plantam milho, mas a roça é pequena.
A pesquisadora brasileira Ana Alvarenga, da Universidade Humboldt de Berlim, está no Brasil fazendo um trabalho sobre os impactos da mineração na produção de alimentos do modo camponês (agroecologia e agricultura familiar) e escolheu a região de Conceição do Mato Dentro para fazer o trabalho de campo, ou seja, entrevistas com os diretamente atingidos. Tinha acabado de pegar uma carona com o pessoal da Cáritas (entidade que atua na defesa dos direitos humanos), até Belo Horizonte, quando as notícias sobre o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho começaram a correr. Foi o tempo de chegar ao Rio, onde está hospedada, e voltar a Minas para conhecer, in loco, o resultado da tragédia.
Poucos dias depois de voltar de Brumadinho, Ana Alvarenga aceitou meu convite para uma conversa. As impressões da pesquisadora ajudam a alicerçar reflexões sobre nosso modelo de desenvolvimento, para ela “muito moldado no extrativismo”. E clareia também a situação em que se encontram agora os moradores de Conceição do Mato Dentro, que moram abaixo de uma barragem capaz de armazenar 370 milhões de metros cúbicos de rejeitos que e correm o mesmo perigo que os de Mariana e os de Brumadinho: “Depois de Mariana e de Brumadinho, eles agora vivem sob o signo do medo. E não é paranoia, sabemos bem o que acontece”, disse ela. [fonte g1]
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