Senador cearense iniciou conversas com nomes próximos ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL-RJ)O senador Tasso Jereissati (PSDB) iniciou as tratativas em Brasília para se firmar como alternativa a Renan Calheiros (MDB-AL) na sucessão de Eunício Oliveira (MDB) na Presidência do Senado. O grupo ligado ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sinaliza aproximação com o cearense para a sucessão do comando do Senado.
Interlocutores do senador Tasso confirmaram os primeiros movimentos do PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, neste sentido. Nos últimos dias, Jereissati recebeu no gabinete o senador eleito por São Paulo, Major Olímpio (PSL), para discutir a pauta econômica.
Tasso ganharia respaldo na corrida pela sucessão de Eunício depois de presidir a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Futuros nomes do presidente eleito no primeiro escalão também visitaram o cearense, como Roberto Campos Neto, próximo presidente do Banco Central, e o secretário de Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.
O argumento pró-Tasso que paira entre os senadores é a figura “experiente” e “equilibrada” do tucano em meio a “extremismos” do PT e PSL.
O argumento pró-Tasso que paira entre os senadores é a figura “experiente” e “equilibrada” do tucano em meio a “extremismos” do PT e PSL.
O alagoano Renan Calheiros, apesar da força para um novo mandato, pode ser enfraquecido pela pecha da “velha política” que adversários tentam emplacar.
Na segunda metade de janeiro, o cearense vai buscar intensificar as conversas com as principais lideranças partidárias para viabilizar a candidatura. Além do PSDB, partidos como Rede, PDT, PPS, PSB e o senador Reguffe, sem partido, estariam dispostos a apoiar o parlamentar na Eleição prevista para o dia 1° de fevereiro.
Grupo de apoio
O senador eleito Cid Gomes (PDT) trabalha em um grupo que sinaliza apoio a Tasso, que teria entre 14 e 17 senadores. O DEM, mais antigo aliado dos tucanos, insiste ainda na candidatura do senador do Amapá, Davi Alcolumbre (DEM). À reportagem, o senador José Agripino (DEM-RN) disse que o partido está no direito de lançar candidatura própria. “Por que você não dialogaria com o Tasso, que é um grande quadro? O partido tem direito de ter candidato. É normal que Tasso queira o apoio de Davi, e vice-versa. São partidos que se entendem”, argumentou.
Já o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que o partido marcou para o dia 28 de janeiro um encontro com os eleitos para definir apoio à presidência do Congresso Nacional. “O partido não tomou ainda nenhuma posição, não reuniu a bancada nova ainda”, disse o pernambucano. Nos bastidores, porém, é encarada como certa a aliança da legenda com Renan Calheiros.
Voto aberto
A eleição da Mesa Diretora do Senado ganhou um novo ingrediente após o ministro Marco Aurélio Mello determinar que os parlamentares votarão de modo aberto na eleição do dia 1° de fevereiro. A matéria criou uma polêmica e pode decidir quem será o novo presidente da Casa. No entendimento que circula nos bastidores, o voto fechado beneficiaria Renan Calheiros (MDB-AL).
Os adversários do emedebista, no entanto, torcem pelo voto aberto para disputar em tom de igualdade a sucessão de Eunício. O discurso da “renovação” tem pesado. Renan já presidiu por três oportunidades o Congresso.
Através das redes sociais, Renan criticou a decisão do ministro. “Se a democracia ficar exposta a pedrada de doido e a coice de burro, será mais complicado defendê-la. Todo dia tem que matar um leão. Mas o difícil é enfrentar as antas”, escreveu.
O senador Lasier Martins (PSD-RS), por outro lado, comemorou. “Eu informo a decisão do ministro Marco Aurélio com muita satisfação porque estamos em sintonia com uma nova época. O famoso ‘recado das urnas’ exige mudanças”.
A decisão de Marco Aurélio Mello atendeu a um pedido feito por Martins, que requereu a votação sem sigilo por meio de um mandado de segurança no Supremo. O gaúcho é outro cotado para disputar a presidência da Casa. Lasier também apresentou um projeto de lei para instituir o voto aberto, gesto que foi visto como parte de uma ofensiva contra uma nova ascensão de Renan Calheiros ao cargo. [fonte diário do nordeste ]
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