Foto Evanildo Silva. |
O combustível está mais barato para o consumidor cearense. Nos últimos dois meses, a retração do preço nas bombas já chega à marca dos R$ 0,80. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Ceará (Sindipostos), dois fatores explicam esta redução: o preço na refinaria (R$ 0,91, menor valor praticado nesta década) e a queda na demanda, uma vez que estão em vigência no Ceará, desde o mês passado, as medidas de isolamento social que determinaram o fechamento de atividades não essenciais.
O litro da gasolina que se aproximou dos R$ 5 no início deste ano agora vem em queda contínua. Em Juazeiro do Norte, maior cidade do interior cearense, a queda do combustível foi uma das representativas do Estado. Antes da pandemia da Covid-19, o litro da gasolina custava cerca de 4,79. Agora, o preço está entre R$ 4,09 e R$ 4,19. No Centro-Sul cearense, o preço do litro da gasolina sofreu uma redução superior a R$ 0,60, até o momento.
Em Iguatu, o combustível comum agora é vendido por R$ 4,24 a R$ 4,29. Já o litro da gasolina aditivada varia entre R$ 4,30 e R$ 4,38. O litro do óleo diesel é vendido por preço que varia entre R$ 3,54 e R$ 3,59. Em Morada Nova, o preço médio da gasolina comum é de R$ 3,47 e a aditivada é de R$ 3,57. Esse valor é praticado por posto de bandeira Petrobras. Já em Antonina do Norte o litro da gasolina comum chega a ser comercializado por até R$ 3,70. Em Sobral, na região Norte, o preço médio da gasolina é de R$ 3,99. O Sindipostos estima queda média no preço da gasolina no Estado entre 15% e 20%.
Consumo
Ainda segundo o Sindipostos, a queda brusca na procura pelo combustível acelerou a queda no preço. Conforme o Sindicato, a redução no consumo foi de até 80% em comparação ao início do ano. Para o empresário Carlos Henrique Torquato, proprietário de um posto em Iguatu, a queda de preço dos combustíveis é consequência, principalmente, da ampla oferta e pequena demanda. “Sem venda, bateu o desespero nos donos de postos. É uma sequência. Um vendedor baixa o preço e os outros seguem, baixam também, porque não estão vendendo nada”. O resultado imediato, segundo ele, são as demissões inevitáveis. “Oito funcionários tiveram que sair.
Infelizmente é a realidade que estamos vivendo hoje. As lojas de conveniência estão fechadas”, justifica. Torquato enfatiza que o valor que está sendo aplicado dá uma margem de lucro muito pequena. “Não dá para sobreviver de jeito nenhum”, lamenta o empresário.
Gradativo
Em algumas cidades cearenses, porém, o combustível (seja etanol ou gasolina) ainda não sofreu grandes reduções. O motivo também pode ser explicado pela baixa saída do produto. Donos de postos alegam que só vão repassar o desconto ao consumidor quando o estoque antigo, comprado ao preço velho, for esgotado. É assim em Banabuiú, no Sertão Central. Por lá o preço médio do litro da gasolina é de R$ 4,39. A expectativa de reajuste, no entanto, deve sair ainda nesta semana. A baixa no preço dos combustíveis beneficia diversas pessoas.
Além do consumidor direto, que sente o efeito ao abastecer no posto, a queda também impacta no preço dos alimentos, por exemplo. Isto porque o frete destes produtos também fica mais barato. O preço do litro do diesel S 10 está sendo comercializado, em média, por R$ 2,80. Há dois meses, era R$ 3,80. Na prateleira dos supermercados, segundo economistas, a redução deve ocorrer nas próximas semanas quando os estoques foram renovados.
Com informações do Diário do Nordeste.
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