Foto Naylê Holanda |
O vírus Sars-Cov-2, responsável pela Covid-19, pegou a comunidade científica de surpresa, inclusive a médica veterinária e doutoranda em Saúde Pública da Universidade Federal do Ceará (UFC), Naylê Francelino Holanda Duarte. Em janeiro deste ano, ela havia colhido 46 amostras de macacos-prego do interior do Ceará para investigar possíveis vírus capazes de transmitir doenças a humanos, como zika e febre amarela. Agora, o estudo viral deve apurar também a presença do vírus pandêmico nesses animais.
As amostras foram encaminhadas para análise no Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, no mês passado. A previsão da pesquisadora é que os resultados sejam conhecidos até o fim deste ano. Ela afirma que a pandemia atrasou o cronograma, inclusive pela redução de profissionais em laboratório.
A coleta nos animais foi realizada em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e secretarias municipais de saúde do Interior. Segundo Naylê, os primatas são encontrados nas matas e criados em cativeiro, na residência de habitantes de áreas rurais.
“Aproveitamos para orientar essas pessoas sobre a legislação ambiental de proteção dos animais, principalmente dos silvestres; o risco de transmissão de zoonoses e o bem-estar do animal. As famílias ficam sensibilizadas, querem devolver, mas a gente não tem para onde levar. É um problema muito grave de saúde pública”, explica.
As amostras foram encaminhadas para análise no Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, no mês passado. A previsão da pesquisadora é que os resultados sejam conhecidos até o fim deste ano. Ela afirma que a pandemia atrasou o cronograma, inclusive pela redução de profissionais em laboratório.
A coleta nos animais foi realizada em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e secretarias municipais de saúde do Interior. Segundo Naylê, os primatas são encontrados nas matas e criados em cativeiro, na residência de habitantes de áreas rurais.
“Aproveitamos para orientar essas pessoas sobre a legislação ambiental de proteção dos animais, principalmente dos silvestres; o risco de transmissão de zoonoses e o bem-estar do animal. As famílias ficam sensibilizadas, querem devolver, mas a gente não tem para onde levar. É um problema muito grave de saúde pública”, explica.
Descobertas
A doutoranda prefere não prever se o Sars-Cov-2 será encontrado nas amostras colhidas em janeiro sem antes ter em mãos o resultado das análises. A Sesa confirmou que, naquele mês, o vírus já circulava no Ceará sem ser detectado pelas autoridades de saúde. Somente no dia 15 de março, o Estado divulgou oficialmente as primeiras ocorrências da doença.
Contudo, nenhuma hipótese pode ser descartada. “No período de 2014 a 2016, a gente estava estudando o vírus da raiva em primatas não-humanos, no interior do Estado como um todo, quando conseguimos isolar o zika vírus em macacos”, relembra a pesquisadora.
Segundo Naylê, o estudo deve contribuir para “entender melhor a história natural da doença e saber que caminhos vamos seguir para fazer intervenções e evitar que mais pessoas morram”. Ela perdeu a mãe para a doença, em maio.
“Quando a gente faz a pesquisa, é pra entender quem são os reservatórios naturais dos vírus, qual é a fonte de transmissão da doença, quem pode adoecer. No caso do Sars-Cov-2, a gente ainda não sabe como intervir, que ações vai desenvolver para proteger a população humana e também os animais”, ressalta.
Animais domésticos
Naylê Holanda orienta que a população “não entre em pânico” por causa do diagnóstico positivo para coronavírus em uma gata de Cuiabá, no Mato Grosso. Ela se tornou o primeiro caso confirmado de um animal de estimação infectado no Brasil. A pet, de poucos meses de vida, contraiu a doença dos tutores.
“Fico com medo de que, com essa notícia, as pessoas comecem a abandonar os gatos, matar os gatos. Quando houve a reincidência da febre amarela, o pessoal começou a matar os macacos. Todo e qualquer animal tem sua importância ecológica”, destaca a médica veterinária.
Ela recomenda que os tutores de animais domésticos sigam os conselhos da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto à prevenção da contaminação também entre animais. “Eles também são sensíveis e a gente não sabe como é o comportamento da doença neles. Se ficar doente, deve ficar isolado deles também”, afirma.
Se houve contágio, o ideal é evitar o contato com o pet, incluindo abraçar, acariciar, beijar, lamber e compartilhar comida. A Organização orienta que outra pessoa pode cuidar do animal enquanto o tutor se recupera. Se não houver essa possibilidade, é preciso lavar as mãos antes e depois de interagir com eles e usar máscara.
Caso haja qualquer problema com os animais, Naylê recomenda que os tutores procurem um médico veterinário.
Com informações do Diário do Nordeste.
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