Uma orquestra de aplausos se formou no meio do corredor do Hospital Distrital Evandro Ayres de Moura, o Frotinha do Antônio Bezerra, em Fortaleza, quando o aposentado José Ernane Pedrosa, de 75 anos, deixou a unidade, após sete dias internados. Ele teve alta hospitalar após ser diagnosticado com a Covid-19. O idoso chegou a iniciar o tratamento em casa com medicação depois de uma consulta no posto de saúde, mas, devido à falta de ar, precisou ser hospitalizado.
O Ceará ultrapassou a marca de 37 mil casos de Covid-19 e registrou 2.603 óbitos pela doença. Todos os municípios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) já registram mortes confirmadas em decorrência da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. A área compreende, além da capital cearense, mais 18 cidades.
Na porta da unidade de saúde, José Ernane estampou um sorriso diante do diagnóstico de recuperação e pelo fato de poder voltar à família. “Se cuide, saúde para o senhor”, eram os desejos ouvidos durante a saída do aposentado do hospital, como forma de comemoração e de marco de mais um vencedor em Fortaleza.
“Nós só recebemos o diagnóstico realmente quando meu pai já estava internado, na verdade. A gente notou os sintomas e ele foi medicado em casa primeiramente. Levamos no posto e no sexto dia ele já tinha feito a primeira fase da medicação. Mesmo assim, depois disso ele já começou com a falta de ar”, explica a filha do idoso, Maria do Socorro. Segundo ela, após a piora ele foi encaminhado ao tratamento no Frotinha, onde foi internado no dia 20 de maio. A partir daí, a preocupação veio ainda mais forte.
Ela conta, inclusive, sobre a sensação difícil ao ver o pai ficar internado para o tratamento. Foi na unidade de saúde onde ela e outros familiares foram comunicados da necessidade de o pai se tratar fora do ambiente domiciliar. “Ele chegou a me pedir que não ficasse no hospital. Disse: ‘minha filha, não me deixe aqui sozinho’. E nessa hora você não sabe o que fazer, né? Mas, claro, a gente se vê obrigado a deixar porque, afinal de contas, a gente estava lutando pela vida do meu pai”, conta com a voz embargada, ao se emocionar com o resultado do esforço.
Dos dias em que o pai esteve ausente, Maria do Socorro lembra da saudade e da necessidade de boas notícias para os que estavam apenas esperando o retorno do patriarca da família. Ela explica que as noites eram os momentos mais delicados dessa etapa. “Nossa sensação em casa era a pior possível, a pior que se possa imaginar. Passar por tudo isso foi muito difícil”, revela, ao lembrar do diagnóstico oficial.
Depois dos sete dias de acompanhamento com profissionais de saúde, Maria do Socorro conta que o pai deve continuar o isolamento em casa, apesar de já ter tido alta hospitalar. Apenas um dos familiares deve proceder com os cuidados diários dele, que já vive com a esposa, dona Iraci. Ainda nesta última quarta (27), ele já pôde tomar sol no quintal da residência. Para Maria, um verdadeiro alívio se faz presente ao vê-lo retomando, aos poucos, a rotina.
“Aqui em casa, graças a Deus, mais ninguém sentiu sintoma até então, mas seguimos nos cuidando”, alerta. Agora, o que fica é o agradecimento pela vitória conta a Covid-19. “Queremos muito agradecer a Deus pela recuperação e aos profissionais do Frotinha, pelo médico que cuidou dele diretamente, por tudo que fizeram por nós”, finaliza.
Com informações do G1 Ceará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário