Foto Helene Santos |
As polícias Civil e Militar, assim como outros setores da sociedade, são afetadas pela pandemia do novo coronavírus. Conforme dados da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Ceará (Adepol) e da Polícia Militar do Ceará (PMCE), cerca de 2 mil policiais, entre civis e militares, estão afastados das funções por confirmação ou suspeita de Covid-19. Demandada, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) não divulgou os números de servidores infectados pela doença.
Na Polícia Civil do Ceará (PCCE), segundo dados repassados pela Adepol na última segunda-feira (18), aproximadamente 400 servidores estão de atestado médico por sintomas da Covid-19, sendo que pelo menos 300 deles têm a doença, confirmada por exame. Isso representa uma queda de 13,3% no efetivo da Instituição, que conta com cerca de três mil policiais.
O presidente em exercício da Adepol, o delegado Gustavo Pernambuco, já teve a doença, com a apresentação de sintomas leves, foi curado e voltou ao trabalho. Segundo ele, "a Polícia Civil, como um todo, vem sofrendo com o aumento dos casos de coronavírus no Estado. Os policiais civis estão na linha de frente no combate ao coronavírus. Nas delegacias, os atendimentos continuam a ser realizados, no momento dos flagrantes e no recebimento da população", explicou.
"Esses afastamentos, lógico, prejudicam nosso dia a dia, nossos trabalhos de investigação. Mas isso está sendo compensado pelos policiais na autorização de novas ferramentas de investigação e também na adaptação do seu trabalho", pondera o delegado.
Outro policial civil, que preferiu não se identificar, afirma que, na Delegacia onde é lotado, há muitos policiais afastados por suspeita de estarem contaminados. "Estamos trabalhando em escala reduzida e com revezamento de efetivo. Isso consequentemente atrapalha nas investigações porque estamos dando prioridade apenas a casos bem graves e o processo corre mais lento", revela.
Gustavo Pernambuco assumiu a presidência da Adepol após a morte do então presidente, o delegado Milton Castelo Filho, em decorrência de complicações causadas justamente pela Covid-19, no dia 15 de abril deste ano. Milton tinha 61 anos e é o único caso confirmado de morte pelo novo coronavírus nos quadros da Polícia Civil do Ceará. Ele trabalhou por 30 anos na área da Segurança Pública.
Militares
Na Polícia Militar, o número de agentes afastados é maior, mas a perda percentual para a Instituição é menor do que na Polícia Civil. Conforme dados oficiais da PMCE referentes ao último sábado (16), obtidos pela reportagem, 1.656 policiais militares estavam afastados por apresentarem os sintomas da Covid-19, dos quais 255 tiveram a confirmação da doença. O que significa uma diminuição de cerca de 7,5% no quadro da ativa da Corporação, que tem mais de 22 mil militares.
Um oficial da PMCE que atua em Fortaleza e não quis se identificar afirmou que o prejuízo não está maior para a Instituição porque a maioria dos policiais que estavam com as férias programadas para esse período de pandemia pediu para adiá-las, para seguir em atividade, o que quase compensou as perdas por afastamento por motivo de saúde.
Com informações do Diário do Nordeste.
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