A temporada de temperaturas mais amenas teve início, neste último sábado (20), no Ceará, junto ao inverno no Hemisfério Sul. O Estado conhecido por suas paisagens praianas e o típico calor da “Terra da Luz” tem temperaturas variando, para baixo, em até 2ºC durante os meses de junho e julho, atraindo atenção para outras paisagens cearenses, como Guaramiranga, no Maciço de Baturité, que terá o turismo afetado por conta da pandemia.
A mudança de estação acontece quando a rotação do planeta tem uma inclinação de 23º em relação a incidência solar e, com isso, cada hemisfério recebe mais ou menos luz solar, dependendo da época do ano. “Dessa forma, é inverno em um hemisfério quando o período de sol é menor, ou seja, há menos aquecimento uma vez que as noites são mais longas (período sem sol) do que os dias (período com sol)”, explica a gerente de Meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Meiry Sakamoto.
No entanto, como o Ceará está próximo à linha do Equador, a queda de temperatura é menor, comparada a outros estados. A variação fica em até 2ºC. Em Fortaleza, por exemplo, a temperatura máxima média durante os meses do verão é de cerca de 31ºC, em fevereiro, e de 30ºC em junho. Já a temperatura mínima, a variação é um pouco maior, levando a média que é de 24,5ºC, em fevereiro, a de 23,1ºC, neste período.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) as temperaturas mínimas médias mais baixas se apresentam nas cidades de Guaramiranga (18,1ºC), na região do Maciço do Baturité e em Campos Sales (18,6ºC), na região do Cariri. Em julho, as médias nestes dois municípios são ainda menores, 17,4°C e 18,1°C, respectivamente.
A perda radiativa maior durante a noite e madrugada, devido à ausência de nebulosidade, faz baixar a temperatura mínima, que é registrada no início da manhã, por volta das 6h, geralmente. “Quando você não tem um ‘tampão’ no fim do dia, todo o calor se dissipa e o tempo esfria-se com maior facilidade”, explica Sakamoto. Neste ano, até agora, Barro, na região do Cariri, registrou a temperatura mais baixa do Ceará, 16,1ºC, na última quarta-feira (17).
Pós-estação
O mês de junho também marca o início da pós-estação chuvosa. O período de fevereiro a maio, chamado de “inverno” para os sertanejos, é a época de maiores precipitações no Ceará, o que não quer dizer que apresente as temperaturas mínimas mais baixas, apesar de uma sensação mais amena ao longo dos dias nublados.
“[As temperaturas] costumam ser ligeiramente mais baixas porque as nuvens reduzem a entrada de radiação solar e por consequência, a radiação de onda longa também sofre redução e a temperatura do ar fica relativamente mais baixa”, observa a meteorologista.
Apesar de marcar o início da pós-estação chuvosa, não significa o fim das precipitações no Ceará. Neste período, o normal climatológico é de 37,5 milímetros no Estado. “Nessa época do ano, se tornam mais frequentes a formação das ondas leste na costa da África. Esses sistemas se deslocam até a região Nordeste e muitas vezes alcançando nosso Estado, favorecendo a ocorrência de chuvas, principalmente em parte do litoral, região Jaguaribana e, até mesmo, no Cariri”, explica Sakamoto.
Restando nove dias para o fim do mês e até agora foram observados acúmulos de 33,3 milímetros, estado 11,3% abaixo.
Mesmo com a redução das chuvas nesta época do ano, as áreas próximas à faixa litorânea acabam recebendo mais precipitações que o sul do Estado. “Justamente por causa da proximidade da região oceânica, que favorece a formação de áreas de instabilidade”, justifica a meteorologista.
Em junho, as precipitações tendem a cair mais no Litoral de Fortaleza e no Maciço do Baturité, que tem uma normal climatológica de 89,4 milímetros e 81,9 milímetros, respectivamente. Já as regiões menos favorecidas, neste mês, são o Cariri e o Sertão Central e Inhamuns, que observam para o período 19,4 milímetros e 29,2 milímetros, nesta ordem.
Com informações do Diário do Nordeste.
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