quarta-feira, 24 de junho de 2020

Lesões na pele podem ser sinal de coronavirus e inspiram cuidados, alertam dermatologistas do Ceará

As manifestações cutâneas como uma decorrência da Covid-19 já foram notadas por diversos especialistas pelo mundo. Aqui no Ceará, por exemplo, dermatologistas alertam para a possível aparição de lesões na pele dos pacientes diagnósticos pelo novo coronavírus, mesmo que essas alterações não tenham sido oficialmente comprovadas como sintomas da doença. Para a dermatologista Silvia Helena, diretora e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Ceará (SBD-CE), elas podem ser secundárias em meio ao tratamento ou à própria infecção.

“Já observamos essas lesões de pele e podem ser de vários tipos. Analisamos a influência da decorrência do uso frequente dos medicamentos como antibióticos, os corticites e, sendo assim, elas podem ser medicamentosas”, explica. No entanto, como algumas dessas manifestações “também acabam surgindo antes mesmo dos sintomas de Covid”, a médica acredita ser importante estar atento às diferentes características dos problemas de pele nesse período.

“Algumas são vesiculares, como se fossem pequenas bolhinhas e que podem se assemelhar à catapora. Também já vimos lesões urticariformes, que são aquelas similares às alergias de pele, que coçam. Além disso, elas podem ser localizadas em uma pequena área do corpo ou podem ser difusas, se espalhando”, pontua. Entre outras comuns, a profissional cita o rash petequial, que são manchas marrom-arroxeadas; lesões discretamente pruriginosas, causando coceiras; moteamento da pele, trazendo uma coloração marmóreo-acinzentada, ou lesões isquêmicas acrais, causadas quando o sangue não chega a determinado tecido.

Diagnóstico importante

Ainda de acordo com Silvia Helena, o cuidado para entender o aparecimento desse tipo de resposta da pele deve ser crucial. Mesmo que estas lesões não devam ser usadas como indicativo da presença real do novo vírus, o teste sorológico, nesses casos, pode ser a saída correta para realizar o acompanhamento adequado.

“Existem casos de surgimento antes dos sintomas, o que não é tão comum. Geralmente, acontece mais de virem durante ou após. Mas a lesão de pele pode vir como a única manifestação da doença também”, diz. Com isso especificado, ela acredita que fica a cargo do profissional determinar como o paciente deve prosseguir com os cuidados.

“Vai depender de como está a lesão no momento, por exemplo. A maioria se resolve por conta própria, o mais indicado é fazer uma sorologia, que se procure saber se a doença responsável pela pandemia está presente”, retira.


Com informações do Diário do Nordeste.

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