Foto Lisa Fotios/Pexels |
Um gatinho catalão chamado Negrito testou positivo para Covid-19 após o tutor morrer pela mesma doença e outros familiares apresentarem sintomas leves a moderados do novo coronavírus. Assim como a família, Negrito também estava doente e foi encaminhado a um hospital veterinário na cidade de Catalunha, Espanha, onde precisou ser eutanasiado por causa de outra enfermidade.
A história deixou pesquisadores curiosos para entender se Negrito morreu em decorrência do novo coronavírus e se ele poderia ter transmitido para os tutores. Com autorização da família, o Centro de Pesquisa em Saúde Animal de Barcelona (Irta-Cresa) realizou diversos exames no gatinho já falecido e concluíram que ele não morreu pela Covid-19, apesar de ter testado positivo para o vírus e desenvolvido anticorpos neutralizantes e não-neutralizantes a ele.
Na verdade, Negrito - de apenas quatro anos de idade - morreu por uma doença chamada cardiomiopatia hipertrófica, caracterizada por um inchaço no coração que compromete os movimentos do órgão. De acordo com o autor principal do estudo, Joaquim Segalés, o achado de Sars-Cov-2, vírus da Covid-19, no focinho e vias aéreas de Negrito foi apenas incidental, ou seja, não parece ter influenciado na causa da morte.
De qualquer forma, os pesquisadores apontaram a importância de estudos mais aprofundados que averiguem se a infecção pelo novo coronavírus pode piorar doenças já existentes em gatos e outras espécies de animais. O estudo de caso de Negrito foi publicado na revista científica PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, nessa sexta-feira, 18.
Transmissibilidade para humanos
Mas afinal, Negrito transmitiu o novo coronavírus para os tutores? Os pesquisadores não têm dados suficiente para dizer. O fato é que Negrito tinha outro companheiro felino, Whisky, que também testou positivo para Covid-19, mas não apresentou nenhum sintoma. Por isso, o estudo entende que a possibilidade maior é que os humanos tenham transmitido o vírus para os gatos, não o contrário.
Essa transmissão de humanos para animais é o que se chama de zoonose reversa e já registra alguns relatos durante a pandemia de Covid-19. Entre eles, quatro cães (dois em Hong Kong e dois nos Estados Unidos), seis gatos (dois nos Estados Unidos e um na Bélgica, Hong Kong, França e Alemanha), alguns visons cultivados (em pelo menos quatro fazendas na Holanda) e oito grandes felinos - cinco tigres e três leões africanos - no Zoológico do Bronx em Nova York.
“Estão surgindo vários casos, mas não tão disseminados quanto os casos em humanos”, explica a médica veterinária virologista Maria Fátima Teixeira, membro do Grupo de Trabalho para enfrentamento à pandemia do coronavírus da Universidade Estadual do Ceará (Uece). A profissional reforça que o estudo de caso de Negrito “ainda não esclarece a questão da transmissibilidade do animal infectado para outros seres humanos”.
“[O estudo] aponta para a necessidade de um experimento direcionado, no qual os animais infectados com Sars-Cov-2 possam ficar em contato com animais livres do vírus, sadios, para saber se a transmissão acontece”, afirma. Portanto, a máxima continua a mesma: não há indícios de que gatos e cães transmitam a Covid-19 para humanos.
Com informações do O Povo.
A história deixou pesquisadores curiosos para entender se Negrito morreu em decorrência do novo coronavírus e se ele poderia ter transmitido para os tutores. Com autorização da família, o Centro de Pesquisa em Saúde Animal de Barcelona (Irta-Cresa) realizou diversos exames no gatinho já falecido e concluíram que ele não morreu pela Covid-19, apesar de ter testado positivo para o vírus e desenvolvido anticorpos neutralizantes e não-neutralizantes a ele.
Na verdade, Negrito - de apenas quatro anos de idade - morreu por uma doença chamada cardiomiopatia hipertrófica, caracterizada por um inchaço no coração que compromete os movimentos do órgão. De acordo com o autor principal do estudo, Joaquim Segalés, o achado de Sars-Cov-2, vírus da Covid-19, no focinho e vias aéreas de Negrito foi apenas incidental, ou seja, não parece ter influenciado na causa da morte.
De qualquer forma, os pesquisadores apontaram a importância de estudos mais aprofundados que averiguem se a infecção pelo novo coronavírus pode piorar doenças já existentes em gatos e outras espécies de animais. O estudo de caso de Negrito foi publicado na revista científica PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, nessa sexta-feira, 18.
Transmissibilidade para humanos
Mas afinal, Negrito transmitiu o novo coronavírus para os tutores? Os pesquisadores não têm dados suficiente para dizer. O fato é que Negrito tinha outro companheiro felino, Whisky, que também testou positivo para Covid-19, mas não apresentou nenhum sintoma. Por isso, o estudo entende que a possibilidade maior é que os humanos tenham transmitido o vírus para os gatos, não o contrário.
Essa transmissão de humanos para animais é o que se chama de zoonose reversa e já registra alguns relatos durante a pandemia de Covid-19. Entre eles, quatro cães (dois em Hong Kong e dois nos Estados Unidos), seis gatos (dois nos Estados Unidos e um na Bélgica, Hong Kong, França e Alemanha), alguns visons cultivados (em pelo menos quatro fazendas na Holanda) e oito grandes felinos - cinco tigres e três leões africanos - no Zoológico do Bronx em Nova York.
“Estão surgindo vários casos, mas não tão disseminados quanto os casos em humanos”, explica a médica veterinária virologista Maria Fátima Teixeira, membro do Grupo de Trabalho para enfrentamento à pandemia do coronavírus da Universidade Estadual do Ceará (Uece). A profissional reforça que o estudo de caso de Negrito “ainda não esclarece a questão da transmissibilidade do animal infectado para outros seres humanos”.
“[O estudo] aponta para a necessidade de um experimento direcionado, no qual os animais infectados com Sars-Cov-2 possam ficar em contato com animais livres do vírus, sadios, para saber se a transmissão acontece”, afirma. Portanto, a máxima continua a mesma: não há indícios de que gatos e cães transmitam a Covid-19 para humanos.
Com informações do O Povo.
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