Foto Antonio Rodrigues/Diário do Nordeste |
O levantamento foi realizado com mais de 4 mil municípios brasileiros, entre os meses de março e agosto, por meio de um questionário com as prefeituras e secretarias de municipais saúde. No Ceará, 44% das cidades contatadas enviaram respostas, amostra que, estatisticamente, segundo a CNM, se aproxima do resultado que seria obtido caso todas houvessem respondido à pesquisa.
As providências mais praticadas pelos gestores cearenses foram, além das blitze sanitárias nas entradas e saídas das cidades, as aplicações de normas sobre obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção e de isolamento social, e de medidas restritivas para diminuição da frota de transporte público e da circulação de pessoas.
A determinação sobre isolamento social, com fechamento de todos os serviços não-essenciais no Ceará, foi decretada inicialmente pelo Governo do Estado, em março deste ano, e reforçada, com arrochos a nível municipal, por pelo menos 69 (84%) das cidades incluídas na pesquisa, segundo a CNM. Outras restrições para diminuir a circulação e evitar a aglomeração de pessoas foram adotadas por 78 dos gestores – os quatro restantes não responderam sobre a questão.
Por política interna, a CNM não revela quais municípios responderam ou não ao inquérito. Entretanto, no Ceará, pelo menos 30 cidades chegaram a restringir ou fiscalizar a entrada de não-residentes, ainda em abril: Alcântaras, Alto Santo, Aracati, Barroquinha, Beberibe, Camocim, Cariré, Ererê, Fortim, Guaramiranga, Icapuí, Icó, Iguatu, Ipu, Itatira, Jijoca de Jericoacoara, Meruoca, Mombaça, Morada Nova, Mulungu, Pacujá, Paracuru, Paraipaba, Piquet Carneiro, Pires Ferreira, São Gonçalo do Amarante, São Luís do Curu, Senador Pompeu, Trairi e Várzea Alegre.
Outras barreiras sanitárias funcionaram sob responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), em mais de 20 localidades, como em Caucaia, Maracanaú, Sobral e Fortaleza. Com o movimento “natural” de dispersão dos vírus das capitais e regiões metropolitanas ao interior, o objetivo das barreiras no Ceará foi minimizar o risco de transmissão do vírus entre as localidades ou retardar a velocidade da chegada às áreas mais remotas.
Impedir a contaminação, porém, “seria impossível”, como explica Luciano Pamplona, epidemiologista e professor do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará (UFC).
“As barreiras sanitárias, assim como aquelas feitas em aeroportos, não têm 100% de eficiência. O problema é que pessoas acreditavam que elas seriam suficientes para impedir a entrada do vírus, e isso é impossível. Não conseguimos impedir nem as pessoas de se deslocarem, imagine um vírus, que não vemos”, pondera, apontando para a necessidade de alternativas complementares ao combate.
Ir e vir
Além das barreiras sanitárias, a redução da frota de transporte público foi outra medida restritiva para bloquear o trânsito do coronavírus pelo território cearense. Das cidades que responderam à pesquisa, 45 confirmaram ter diminuído a disponibilidade da frota – e 32 delas reduziram de 76% até 100% da circulação dos veículos coletivos.
Com informações do Diário do Nordeste.
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