quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Ebola: repórter mostra com exclusividade teste do primeiro tratamento eficaz contra a doença

República Democrática do Congo enfrenta há um ano um surto do vírus, em meio a uma guerra civil. O repórter Estevan Muniz foi o primeiro jornalista estrangeiro a entrar no laboratório que desenvolveu os estudos.O general brasileiro Elias Matins Filho é o responsável pela Monusco, maior ação de paz da ONU no mundo. — Foto: Reprodução/TV Globo

Em julho deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência internacional de saúde pública na República Democrática do Congo, no continente africano.Profissionais de saúde usam roupa especial e descartável para evitar contato direto com pacientes infectados pelo ebola — Foto: Reprodução/TV Globo
O país passou por um surto de ebola e quase duas mil pessoas morreram em decorrência da doença. O surto foi declarado oficialmente em 1º de agosto de 2018 e é considerado o segundo maior da doença de todos os tempos.
O atual surto no leste do país começou em 2018 e é o décimo a atingir a República Democrática do Congo desde 1976, quando o vírus foi descoberto pela primeira vez.
A equipe do Profissão Repórter foi até o país para ver de perto os esforços de médicos e também da comunidade internacional para conter o avanço do vírus no local e evitar que ele também chegue a outros países.Policiais e guardas do exército fazem a proteção de agentes de saúde e pessoas da imprensa. — Foto: Reprodução/TV Globo
O repórter Estevan Muniz conversou com a população e viu de perto os esforços dos profissionais da saúde. Os congoleses enxergam o trabalho desenvolvido no país com desconfiança. Há uma crença de que o ebola foi uma doença fabricada em laboratório pelos brancos ocidentais para dizimar a população negra.
A sensação de insegurança nas ruas de Beni e Goma, regiões que foram mais atingidas pela doença, é tão grande a ponto de ser preciso uma guarnição mista de soldados do exército e policiais para acompanhar os enterros de vítimas do ebola. Há diversos registros de hostilidade e de violência contra os profissionais de saúde e também à imprensa internacional.
A população da República Democrática do Congo, que já se chamou Zaire, sofre há 23 anos com os conflitos armados. Guerrilhas de várias etnias disputam a exploração de ouro e diamante. O país também é rico em mineiros usados na fabricação de baterias para celulares e computadores. A estimativa é de que os confrontos já mataram seis milhões de pessoas.Para lidar com a situação caótica, a ONU criou a Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, ou Monusco, como é popularmente chamada. A ação, que tem um custo estimado de US$ 1 bilhão, conta com mais de 15 mil solados. Essa é a maior missão de paz da organização no mundo.
O general brasileiro Elias Matins Filho é o responsável pelo comando da Monusco. Ele explica que o país vive diariamente sob a ameaça de grupos armados do próprio país e também de nações vizinhas.
"Nós temos a presença de grupos armados que são originários dos países vizinhos, como Burundi, Ruanda ou Uganda, e temos outros grupos armados que são de natureza nacional e que, por alguma questão de ainda não terem capacidade de se estabelecer em uma vida normal civil, têm ainda provocado uma série de ameaças e massacres às populações do país."
Na cidade de Beni fica o centro de triagem para onde são levadas as pessoas com suspeita de ebola. Para chegar próximo ao local é necessário passar por diversas barreiras com profissionais da saúde, que medem a temperatura das pessoas e pedem a higienização das mãos.
O diretor do centro de triagem de Beni, o médico Kambele Jeremy, explica o longo processo que todos os profissionais de saúde precisam passar todos os dias antes de entrarem no centro para tratar os pacientes com suspeita do vírus.
"Antes de começar a trabalhar a gente precisa ter certeza de estamos bem protegidos. O profissional de saúde não pode ter contato direto com o vírus do ebola", explica.
A equipe precisa vestir uma macacão de proteção, além de usar cinco luvas cirúrgicas em cada mão. Elas devem ficar grudadas à roupa com fitas adesivas. Toda a cabeça também precisa ser protegida, principalmente a boca, o nariz e os olhos.
Os principais sintomas do ebola são febre súbita, fraqueza intensa, dor muscular e dor de garganta. Com o avanço da doença, os infectados passam a ter vômitos, diarreia e sangramento interno e externo. Os pacientes tendem a morrer de desidratação e falência múltipla de órgãos.
"Neste centro de triagem nós termos a confirmação de duas a três doenças por dia. Em julho, por exemplo, nós registramos 100 novos casos de ebola", revela Kambele Jeremy.

O repórter Estevan Muniz foi o primeiro jornalista estrangeiro a entrar no laboratório que desenvolveu os estudos para a cura da doença. Ele visitou a área de risco do ebola. Lá, amostras de sangue de pessoas infectadas chegam e são manuseadas para a inativação química do vírus e também uma análise genética
.[ FONTE G1]

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